Sindicato dos Trabalhadores do
Poder Judiciário Federal no Rio Grande do Norte

Delegados do RN fazem balanço do X Congrejufe

terça-feira, 7 de maio de 2019.

Ocorrido no Hotel Monte Real Resort em Águas de Lindóia (SP), entre os dias 27/04 e 1º/05/19, o 10º Congrejufe reuniu 512 Delegados e Delegadas, sendo 140 mulheres e 372 homens.
Além disso, outros 100 Observadores - 27 mulheres e 73 homens - compõem as delegações dos estados participantes.
O RN foi representado por Janilson Carvalho, Leandro Gonçalves, Francisca das Chagas, Idalmo Costa, Sebastião Monteiro, Max Foeppel e Valter Aquino, que fizeram suas avaliações do evento.

"O X Congresso da FENAJUFE foi um evento marcante para nossa categoria, principalmente, por ocorrer num momento histórico violento contra os trabalhadores no Brasil. Para o governo Bolsonaro cada sindicato é uma célula criminosa que deve ser destruída. Estamos vivendo tempos terríveis e isso foi observado em todas as palestras e debates realizados no nosso evento. É nesse aspecto que deve ser compreendida a nova configuração da coordenação eleita para federação. Alguns antigos combatentes retornam à área de guerra. Buscou-se a experiência dessas pessoas para um novo momento de resistência.
Sim, teremos enormes batalhas. A primeira é contra a reforma da Previdência. O trabalhador que defende essa reforma é um desinformado ou um irresponsável. O governo tenta a todo momento esconder os números que revelariam a grande mentira sobre o déficit. Para isso determinou o sigilo das informações. Além disso, uma simples análise revela um quadro devastador para os trabalhadores. Nossos filhos não poderão pensar em aposentadoria. Pagarão, obrigatoriamente, como um plano de seguro para os casos de óbito ou acidentes, sabendo, ainda, que seus herdeiros receberão a metade do valor do último salário. Isso exigirá uma adaptação cruel do modo de vida da família. Vale lembrar que no Brasil é muito difícil ser contratado após os quarenta anos.
A segunda batalha engloba o desmonte da Justiça do Trabalho, última muralha de defesa de todos os trabalhadores. O PSL, partido do presidente, é o grande defensor dessa tragédia que tem a simpatia do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Por aí se percebe que o Congresso vai pautar o tema. O modo de extinção pode acontecer pelo processo de inanição, iniciado com a Reforma Trabalhista que reduziu drasticamente o número de ações. Segue com a não contratação de novos servidores, algo que contribuirá para lentidão da tramitação e para o adoecimento dos trabalhadores do judiciário federal.
Esses são apenas dois temas iniciais, dezenas de outros estão a caminho, aguardando, em gestação, nas pautas do Congresso e da presidência da República. O cenário é péssimo e exigirá uma atuação enérgica dos sindicatos e da FENAJUFE." Janilson Sales de Carvalho

"O aspecto mais importante deste Congresso, na minha forma de ver, foi a necessidade de unidade diante de um plano de lutas que temos pela frente e que temos que abraçar. E neste plano de lutas, dois itens merecem destaque especial: a data-base e a derrota da reforma da Previdência. O SINTRAJURN (e quando falamos em SINTRAJURN, estamos falando não apenas da direção do Sindicato, mas de todo o conjunto de servidoras/es do judiciário federal potiguar) precisa se fazer presente neste plano de lutas tirado no 10º Congresso da FENAJUFE, pois não estamos isolados, não somos uma ilha neste oceano de ataques que estão vindo e que ainda virão! Vamos todo mundo participar das manifestações, construir a Greve Geral do dia 14 de junho, lutar pela data-base e contra essa terrível e desumana reforma da Previdência!" Max Foeppel

"O Décimo Congrejufe proporcionou aos delegados e observadores a oportunidade para esclarecimento e atualização de diversos temas, entre eles a saúde dos servidores, notadamente com a redução de verbas nos diversos tribunais e a implementação de novos métodos de trabalhos, destacando-se o PJE e o tele-trabalho.
Entre os inúmeros debates, percebi uma grande preocupação da categoria com a reforma previdenciária que afetará, em várias áreas, os direitos dos trabalhadores, dentre estes os servidores do judiciário federal e MPU.
A defesa da previdência, a luta da obrigatoriedade do nível superior (NS) para preenchimento dos cargos de técnicos judiciários, bem como a criação da Polícia da Justiça foram alguns dos inúmeros temas discutidos no plano de lutas da categoria.
Como ponto negativo, destaco a falta de entendimento e consenso da liderança dos sindicatos e da federação gerando, muitas vezes, discursões intermináveis acerca de temas estranhos ao dia-a-dia dos servidores.
Registre-se que o Décimo Congrejufe ficará marcado por um ato típico de regimes ditatoriais: O delegado Guilherme do MPU do Distrito Federal, unicamente por comparecer ao plenário trajando uma camisa com a bandeira de Gadsden, passou pelo constrangimento de ser acusado de racista, sendo imediatamente expulso do congresso, inclusive com ameaça a sua integridade física e sem que lhe fosse concedido sequer uma única oportunidade de defesa.
É espantoso constatar que nossa categoria, que tanto luta pelos direitos fundamentais da pessoa humana, tenha sido conivente com tal prática abusiva, especialmente quando se constata que esta bandeira, com a frase "dont tread on me" representava a luta dos colonos americanos contra o domínio britânico e não um símbolo da supremacia branca, como erroneamente afirmado por uma delegada do Rio Grande do Sul.
Infelizmente, os últimos congressos e plenárias da Fenajufe tem sido marcados por uma turba raivosa com manifestações condenáveis, tais como interromper a fala e virar as costas ao orador, quando o pronunciamento deste não está alinhado com a posição de determinado grupo que entende possuir o monopólio da verdade, não suportando qualquer opinião divergente . Estas ações demonstram unicamente intolerância, falta de educação e desprezo a integrantes da categoria, cujo único crime é exercer seu direito constitucional de livre manifestação; fato semelhante ocorreu na última plenária na cidade de Salvador com o Coordenador Geral do Sintrajurn, Cláudio Bulhões, que passou por idêntico constrangimento, unicamente por requerer ao plenário o direcionamento dos debates para temas específicos da categoria." Idalmo Costa

"No 10º Congrejufe estiveram presentes 29 sindicatos, com 512 delegados e 100 observadores. Muitos assuntos de interesse dos servidores do PJU e MPU foram discutidos no congresso e se estabeleceu um plano de lutas contra a retirada de direitos. Entre os pontos mais importantes, foi deliberado que a Fenajufe, com o apoio das bases, defenda a inconstitucionalidade da PEC 06/2019 (Nova Previdência), a revogação da EC 95/2017 (teto de gastos), a revogação da reforma trabalhista, o combate a qualquer proposta de terceirização, a garantia do direito de liberdade e organização sindical, a manutenção do pagamento dos quintos, a garantia de nível Superior para ingresso nas carreiras de Técnico Judiciário e Técnico do MPU, a garantia constitucional da Data-Base, o pagamento da GAS na aposentadoria, a garantia dos 13,23%, o retorno das nomeações de servidores. Também foi aprovado indicativo de greve, etc.'" Sebastião Monteiro

"A viagem foi bem cansativa até a cidade de ÁGUAS DE LINDOIA/SP.
Ao chegar ao congresso da FENAJUFE tudo pareceu muito confuso. Aos poucos fui conseguindo entender a dinâmica.
Não parece ser ambiente para desavisados e inexperientes.
Notei a presença de bandeira de partido político e outras entidades sindicais que não representam os servidores do judiciário e ministério público da união, bem como nas camisas e faixas.
Grupos previamente formados, mostravam seus cartazes e bandeira, bem como sindicalizados vestiam camisas identificando suas tendências e grupos, tanto que sentavam na mesma área, e chegavam a sinalizar o local para evitar intrusos.
Qualquer ato de discriminação, principalmente sexual e de cor é minimamente tolerado.
As pessoas não têm vergonha de defender preso pela Operação Lava-Jato e bater na tecla do Lula Livre.
Os que votaram no Bolsonaro eram discretos e precisaram conter os ânimos.
As palestras foram muito boas, mas pela falta de tempo, foram de certo modo rápidas.
Muito tempo foi perdido devido às confissões pela defesa de interesses e bandeiras,
Ato muito complicado foi a expulsão do sindicalizado Guilherme Silva, por alguns terem sentido que a camisa que o mesmo usava tinha o cunho de discriminação racial. Que no meu entender não tinha nada de anormal. Falamos tanto de democracia, mas na hora expulsão, o sindicalizado não teve direito de se defender, e foi sumariamente expulso e quase apanhou.
A eleição da nova diretoria da FENAJUFE foi o reflexo dos grupos que se formaram previamente." Valter Santos Aquino

"Nós, enquanto servidores, temos que nos unir a outras categorias, se a gente não se unir, vamos sair perdendo nessa. O pessoal tem que tá junto, nós do judiciário temos que unificar com os demais setores federais, a educação tá perdendo assim como nós. É um momento de união, não de divisão, se a gente ficar espalhado não vamos conseguir. Nós precisamos seguir o plano de lutas que foi tirado no Congresso, construir a Greve Geral, vestir a camisa do trabalhador e ir pras ruas porque só nas ruas vamos barrar essas atrocidades." Francisca das Chagas Gomes da Silva

'As pessoas defendem democracia com intolerância. Por coincidência não coaduno com os pensamentoa de Guilherme, que conseguiu muito minutos de fama durante o Congresso. Como também aconteceu um outro fato com outro diretor da Fenajufe, com o qual eu também não tenho simpatia, mas em ambos os casos percebeu-se a intolerância e a necessidade de se condenar rapidamente. Quem tem que condenar é o judiciário. Bulhões já foi condenado na Plenária da Bahia e se continuarmos assim intolerantes na defesa da democracia, me lembra a fala de um General durante as eleições: "As forças armadas vão defender a democracia nem que pra isso fosse necessário fazer uma intervenção", é como se um médico dissesse "vou defender sua vida nem que pra isso tenha que te matar?". São absurdos que nós, onde eu me incluo que tenho posicionamentos de esquerda, se não concordo com a extrema direita e não posso ter o mesmo comportamento em "defesa" da democracia.
Outro ponto interessante que eu acho importante destacar é que a Federação, mais uma vez, ia fechar uma chapa sem nenhum representante da Justiça Eleitoral. No final o Leopoldo acabou se elegendo, mas nós da JE precisamos estar mais presentes, porque se questionamos que pouco fazem pela JE, é um dos ramos mais atípicos de todos, se não tivermos ninguém lá dentro vai voltar a ocorrer absurdos como os que já ocorreram por puro desconhecimento dos que lá estavam." Leandro Gonçalves


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