Sindicato dos Trabalhadores do
Poder Judiciário Federal no Rio Grande do Norte

Leia a carta em homenagem a Amanda Priscila Costa

sexta-feira, 17 de outubro de 2014.

Amanda Priscila Santos Costa, servidora do TRT-2, atentou contra a própria vida dentro do próprio local de trabalho, o Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, na última segunda-feira, 13 de outubro.

Natural do Rio Grande do Norte, Amanda chegou ao Ruy Barbosa em agosto. Era filha única e tida pelos colegas como uma pessoa alegre, simpática, com vontade de aprender.

Embora não se saiba a motivação para o ato de Amanda, de maneira geral o suicídio no local de trabalho pode ser um alerta de que algo não vai bem. O dia a dia nos tribunais tem levado servidores ao adoecimento e afastamento.

No dia seguinte à morte de Amanda, os servidores fizeram um ato em homenagem à colega no Fórum Ruy Barbosa, quando leram a carta abaixo em frente à 26º Vara, local onde trabalha a juíza Elisa Andreoni, que publicou em sua página do Facebook uma desagradável e desrespeitosa mensagem sobre a morte de Amanda.

A carta também foi lida durante ato em frente ao TRE-SP, ocorrido na quarta-feira (16), como forma de, mais uma vez, repudiar a atitude da magistrada. O texto foi redigido por Tauff Ganem de Abreu, servidor do TRT-2.

Carta a Amanda


Ontem perdemos uma colega, Amanda Costa, recém empossada, aprovada no último concurso deste tribunal. Como tantos e tantas de nós, deixou família, amigos, amores, raízes para servir a esta instituição.

Muitos de nós, não a conhecemos, talvez tenhamos cruzado com ela no elevador, nos corredores, em algum restaurante, tenhamos visto o crachá e a reconhecido como colega e não cumprimentamos, seguimos nosso curso, preocupados em comer rápido pra voltar à Vara, a pilha de despachos só cresce e o chefe ou chefa quer a pilha zerada até o fim do dia. Talvez tenhamos perdido a chance de tê-la visto sorrir, de convidá-la a almoçar com nossa turma, cada vez menor e atomizada, talvez tenhamos perdido a chance de dizer que a banda predileta dela iria tocar na cidade no fim de semana e que ela seria muito bem vinda a vir conosco, Talvez tenhamos perdido a chance de abraça-la, de acolhe-la de dizer que somos todos iguais e estamos no mesmo barco, compartilhando muitos medos, frustrações e anseios em comum. Mas não fizemos nada disso, passamos sem nem dizer oi.

Neste momento, colegas, magistrados, cidadãos, advogados, enfim, homens e mulheres aqui presentes, nos sentimos preso a um pequeno intervalo de tempo, que parece eterno, fico a pensar, quanto tempo se passou no coração e no espírito da colega entre o desejo de não mais viver e a concretização do ato, 100 anos? Poucos segundos? Nada disso jamais saberemos, por que uma perda como da Amanda é a eternidade do silêncio e da dor. Amanda, nessa manhã, todos nós vamos lhe desejar o bom dia que não demos e dizer seja bem vinda ao TRT-2.

Fonte: Sintrajud

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