Sindicato dos Trabalhadores do
Poder Judiciário Federal no Rio Grande do Norte

Nota do Comando Nacional de Greve da Fenajufe

domingo, 19 de julho de 2015.

Foi com estranheza e perplexidade que o Comando Nacional de Greve da Fenajufe tomou conhecimento de notícia publicada pelos sindicatos filiados Sisejufe/RJ e Sindiquinze/SP, de uma reunião realizada com o diretor-geral do STF nessa quinta (16), dia seguinte ao da reunião realizada com a comissão de negociação da Fenajufe.

Na notícia, informa-se que “o diretor-geral do STF, Amarildo Vieira, convidou os presidentes do Sisejufe, Valter Nogueira; do Sindiquinze, José Aristéia e da Agelpojus, Edmilton Gomes; o secretário geral da Anajustra, Alexandre Seixas Saes; o diretor de base do Sisejufe, Roberto Ponciano; e o servidor do TJDF, Jailton Assis para esclarecer a interlocução do presidente do STF, Ricardo Lewandowski, em relação às negociações do PLC28/2015”. Edmilton Gomes e Roberto Ponciano são coordenadores da Fenajufe, tendo o último estado presente também na reunião do dia anterior, e Jailton Assis é ex-dirigente do Sindjus/DF.

É veiculada ainda uma versão distinta da transmitida no dia anterior aos negociadores da categoria, e afirma-se que fora levada ao coordenador-geral Adilson Rodrigues, no dia 30 de junho, a informação de que haveria um acordo prestes a ser fechado com o governo. Relata-se também que o ministro Lewandowski “passou pelo local” e conversou com os presentes.

No dia anterior, o DG expôs aos representantes da categoria que o ministro Lewandowski não teria tomado novas iniciativas após a aprovação do PLC 28 no dia 30 de junho, que aguardaria a posição do governo no prazo de que dispõe para sancionar ou vetor o projeto, e que tomaria uma posição após decorrido esse prazo. Horas antes da votação, ele enviara ofício ao presidente do Senado informando que o STF ainda negociava com o governo, todavia sem se posicionar objetivamente acerca da votação do projeto, que estava na pauta daquele dia por compromisso firmado pelos senadores vinte dias antes.

Primeiramente, o Comando Nacional de Greve da Fenajufe não reconhece que o STF ou qualquer autoridade possa escolher as pessoas com quem pretende tratar dos interesses da categoria. Essa escolha cabe somente à própria categoria, em suas instâncias legítimas e democráticas de discussão e decisão. A Constituição Federal, em seu artigo 8º, assegura aos trabalhadores como direito social fundamental a liberdade de organização sindical, e veda a interferência e a intervenção na organização sindical. É paradoxal que isso tenha ocorrido justamente dentro do STF, que é o responsável maior pela guarda da Constituição.

Desde o início das tratativas com o STF sobre a recomposição salarial da categoria, a Fenajufe tem constituída uma comissão de negociação composta por 4 de seus coordenadores, que vem sendo ratificada (em seu formato e funcionamento) em todas as instâncias desde então e até o presente momento. Ela é incumbida de participar das reuniões e levar às instâncias da federação e sindicatos as informações para apreciação da categoria.

Quanto às colocações relativas ao coordenador-geral Adilson Rodrigues, a Fenajufe informa que no dia 30 foram trocadas mensagens com o diretor-geral do STF pelo aplicativo para celulares whatsapp. O coordenador indagou se o STF teria solicitado a retirada de pauta do projeto, se teria havido reunião com o governo, e se havia uma nova proposta. Em resposta, o diretor-geral respondeu: “O STF não pediu retirada, apenas comunicou que estamos em tratativas com o Poder Executivo. Já me reuni com o pessoal do Ministério do Planejamento pela manhã. Ainda não fechamos uma proposta, mas já discutimos várias alternativas”. Por fim, indagado sobre a perspectiva de novo contato, o DG respondeu: “no mais tardar, na quinta-feira”.

Assim, constata-se que não foi omitida pelo coordenador nenhuma eventual nova proposta, e que ele não dispunha de nenhuma condição para interferir no rumo dos acontecimentos.

E ainda que assim não fosse, seria descabido considerar mensagens trocadas por celular como espaço de negociação. A propósito, destaca-se que a Fenajufe sempre reivindicou instâncias formais e institucionais de diálogo, bem como assento em tratativas com o governo, sem que tenha sido atendida. Também nunca se furtou a tratar respeitosamente de quaisquer assuntos de interesse da categoria com o STF ou qualquer autoridade, a qualquer tempo.

A consideração de que um suposto acordo teria sido frustrado é no mínimo despropositada e não encontra respaldo nos fatos, nem eco na categoria. Por mais óbvio que seja, é necessário observar: uma proposta poderia ser apresentada a qualquer tempo, independentemente da tramitação do projeto. E até hoje essa proposta não foi apresentada à categoria.

Além disso, a informação de que o STF vinha mantendo contatos com setores do governo não é nenhuma novidade, sendo, pelo contrário, de conhecimento público de toda a categoria, como amplamente divulgado pelos meios de comunicação da Fenajufe e dos sindicatos de base.

A única proposta do governo que chegou a ser apresentada e tornada pública pelo STF (21,3% na folha, de 2016 a 2019) foi rechaçada pela categoria, razão pela qual o PLC 28/2015 continuou a ser a referência para a continuidade das negociações. Desde o início da luta pelo reajuste, e até o último momento antes da votação, a categoria buscou um acordo pela votação do projeto, o que não ocorreu. Pelo contrário, o governo apresentou em plenário pedido de novo adiamento por mais 30 dias. Nem governo nem STF explicitaram o conteúdo das tratativas que diziam estar em curso, apesar de todos os prazos já ultrapassados e adiamentos já ocorridos.

O Comando Nacional de Greve da Fenajufe reafirma o entendimento de que a responsabilidade pela votação no dia 30 é do Senado e acima de tudo do próprio STF, autor do projeto. Se nem o próprio STF se posicionou claramente pela retirada de pauta, não caberia à categoria e seus representantes uma mobilização para que isso acontecesse, algo absolutamente inviável inclusive do ponto de vista prático. E mesmo que isso fosse possível, seria um grande despropósito, enquanto milhares de servidores em greve, dentro e fora do Senado, se mobilizavam para exigir dos 3 Poderes um acordo pela aprovação da reposição salarial. É um enorme desrespeito qualquer insinuação ou tentativa de imputar à categoria a responsabilidade pelos longos anos de congelamento salarial a que está submetida.

Por fim, o Comando Nacional de Greve lamenta que dirigentes sindicais da categoria tenham tomado parte nesse lamentável episódio.

Desse modo, o Comando Nacional de Greve da Fenajufe reafirma:

- a exigência de respeito à categoria e às suas instâncias legítimas e democráticas de discussão e decisão, e a legitimidade da Fenajufe para a representação nacional do conjunto dos servidores;

- a exigência de que o STF se posicione em defesa do projeto de sua autoria e da autonomia do Poder Judiciário, e assegure os meios para a recomposição salarial da categoria;

- a reivindicação de espaço formal e institucional de negociação, com transparência e com participação da Fenajufe em tratativas entre STF e governo;

- a reivindicação de que o ministro Ricardo Lewandowski receba imediatamente a comissão de negociação da Fenajufe para tratar dos passos e medidas em defesa da recomposição salarial da categoria.

Comando Nacional de Greve da Fenajufe

buscopan open buscopan infantil
abortion clinics houston how to get an abortion pill abortion procedures
mometason 7a forskninghvorvi.site mometason biverkningar





Clique Aqui para voltar.